28.4.07

O TESTE DE FIDELIDADE





Tinhas ido para o Porto, a trabalho. Se é que se pode chamar a isso trabalho. Um desfile de moda, um jantar e a seguir uma festa. O meu melhor amigo tinha ficado incumbido de te vigiar para perceber se não irias ter tentações de me trair, ou pelo menos perceber o modo como de comportavas. Assim género Big Brother, mas sem câmaras, e com relatórios diários ao final do dia. The big friend is watching you. Nessa noite tu perguntaste-lhe se ele não teria um amigo para levar também à festa. Ele falou-te do Rui. O Rui, que era conhecido por ser a cama mais rodada da cidade nortenha, tinha estado um mês antes em minha casa e tinha ouvidos os meus desabafos, e que não acreditava na tua fidelidade. Aconselhou-me a acabar a nossa relação. Assim género Lídia Franco a apresentar o All You Need Is Love, mas ao contrário. Assim que o Rui chegou ao Jantar de encerramento do desfile não tiraste os olhos dele. Piscavam os olhos, insinuavam-se. Até se devem ter empernado por debaixo de mesa. Qualquer coincidência com o Instinto Fatal é mera coincidência. Claro que esta era a hora perfeita para uma ida ao confessionário, e para um relatório do meu melhor amigo, mas não o fez. No início da festa ainda lhe perguntaste se ele era fácil, e levaste a resposta que alguém com vontade de trair deseja ouvir. Dançaram juntos. A vodka limão e redbull aproximavam-te ainda mais a ele e quando o meu melhor amigo percebeu que facto te tinha dado asas, simplesmente respondeu: “Eu não estou a ver nada!” A discoteca toda deve ter percebido que ias pra a cama com ele e que de fiel tinhas muito pouco, mas infelizmente parece que ninguém tinha como ir de emergência ao confessionário fazer relatórios. Pouco antes de chamares um táxi, o Rui foi ter com o meu melhor amigo e confessa-se: “ Lembraste de quando tu me contaste que uma vez tinhas sugerido insinuares-te para perceberes a sua fidelidade? Não é preciso. Já percebi que de fiel tem muito pouco e quer ir para a cama comigo. Estou eu a fazer-lhe esse teste e está a falhar redondamente.” Claro que quando tu chamaste o táxi já tinhas reprovado no teste, portanto estava na hora da primeira nomeação, se não tivesses já direito a expulsão de emergência. Mas o Rui, que é um rapaz muito incrédulo e discípulo de São Tomás entrou no táxi e acompanhou-te até ao hotel. Claro que quando chegaram ao hotel, mesmo antes de entrarem no teu quarto, tinhas claramente chumbado o teste como aqueles chumbos pretos a arder que os dentistas queimavam antigamente na boca. Estaria evidentemente na hora de uma segunda nomeação. E num jogo com quatro participantes, sendo que um dos quais tinha pleno desconhecimento da existência do mesmo – que era eu – e já tinhas duas nomeações, parece que a coisa não estava mesmo a teu favor. Mas o Rui que é daqueles rapazinhos que gosta mesmo de ter a certeza das coisas, e que não gosta de julgar de ninguém levou a coisa até ao fim. Entraram no quarto. Enrolaste-te a ele aos beijos. Sugaste-o como um aspirador. E claro que a próxima cena é a cena preferida do espectador atendo. A cena da cama. Não existe espectador de reallity show que perca esse episódio. No final da cena tinhas conquistado a tua terceira nomeação, e como à terceira é de vez, e nisso o grande público é soberano, acabavas de merecer a tua grande expulsão por finalmente o Rui ter percebido que tinhas mesmo chumbado no teste e me tinhas mesmo traído. Claro que até o grande público já tinha percebido isso desde o genérico inicial, mas como diria alguém: “ Isso agora, não interessa nada!” Parece que depois do acto propriamente dito disseste o meu nome e pediste o isqueiro ao Rui. Ele respondeu-te que eu estava em Lisboa. Tu não comentaste. O Rui confrontado com as três nomeações responde: “Eu queria mesmo ter a certeza até que ponto essa pessoa era capaz de chegar!” Ao que eu respondo: “Tu querias mesmo era mandar uma queca no último piso do Hotel Sheraton!” O meu melhor amigo, quando lhe telefono, diz-me que afinal estava com sono e não foi à festa. Telefona-me dois dias depois começando com o típico: “ Senta-te, que eu tenho uma coisa para te contar!” A ti, não te confronto com toda esta situação porque não faço o género de ir ao sábado à noite com um ramo de rosas encarnadas insultar-te à frente de dez milhões de portugueses. Mas realmente segundo o meu conceito de fidelidade, chumbaram os três. Porque se me tivessem consultado ou perguntado a minha opinião sobre esses vossos testezinhos de vodka à noite, tinha-vos respondido que quando me fazem testes, sobretudo de contas de somar, seja em que posição for, para mim um mais um, são sempre dois.


(os três já estão perdoados!)

7 comentários:

Denise disse...

Olha que às vezes em qualquer posição e longe daquilo que parece normal 1+1 pode dar 3...!

Perdoar? Q havia para perdoar? Somos livres não é? Então o perdão dos outros não vale de nada. Somos nós que temos de nos perdoar...!*

peter_pina disse...

e axas k eu devia perdoar-me a mim....de k? hum.. de acreditar demasiado nas pessoas??

Nuno Gonçalo disse...

Deixo aqui o meu mail... Gosto do blog vou passar a frequentar... nunito_6_7_6@hotmail.com (fiz o mail qd tinha 9 anos daí ser assim tipo.......infantil)

Denise disse...

Não. Se foste tu a vítima não tens de perdoar ninguém. Nem a ti. Não há nada para perdoar entendes? Faço-me entender?!


Um dia um professor de filosofia disse-me : "Ser traído não é vergonha. O traído não tem culpa de nada. Não tem de perdoar nada. A vergonha é para quem traí e deve viver com essa vergonha para sempre."

Agora tu é que sabes...
Beijinhos*

p.s. Tou em falta cntg...já te vou enviar um e-mail...ontem fikei sem net..!

peter_pina disse...

entendo xim xenhor, mas opah...a do meu melhpr amigo foi complikado... mas k historias bizarras k me acontecem...

peter_pina disse...

nuno: eu kdo tinha 9 anos nao sabia o k era um pc nem internet...

mudam-se os tempos....

Anónimo disse...

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